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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Sem cor, com raça!


Stephen Thompson

Pesquisando sobre albinismo, descobri uma série de fatores que me surpreenderam! Antes, eu sabia que os albinos tem falta de pigmentação na pele, nos cabelos e/ou nos olhos e que eles tem que tomar ainda mais cuidado com o sol, porque as áreas do corpo com menos pigmentação são muito mais sensíveis aos raios solares. Mas tudo isso é óbvio, em todo o verão sempre rolam as campanhas para que nós nos protejamos dos raios solares, sabemos  que quem tem pele mais clara tem que usar protetores com fator mais alto, etc. Mas quando eu, eventualmente, via pela rua algum albino, eu achava lindo e achava que todo mundo pensasse como eu. Mas não! Descobri que na Ilha de Ukerewe, na Tanzânia, por exemplo, eles são capturados e tem partes do corpo arrancadas para a prática de rituais de bruxaria e na África, não sei bem se é em todo o continente ou em uma determinada região, muitos acreditam que fazer sexo com uma mulher albina cura o HIV, então muitas mulheres albinas lá são vítimas de estupro!



Aqui no Brasil não fiquei sabendo de nenhum caso envolvendo rituais ou superstição, mas a situação também não é legal. Não se sabe ao menos quantos são os albinos brasileiros, eles não recebem suporte do governo e recentemente li uma entrevista em que um albino disse que foi a uma consulta médica em que o médico lhe perguntou desde quando ele era albino. Um médico não sabia que o albino já nasce assim. Esse mesmo rapaz, da entrevista que li, disse que começou a tomar suplemento vitamínico porque a falta de banhos de sol contribui para a redução de vitamina E no organismo e nenhum médico lhe alertou quanto a isso, sem falar que ele paga cerca de R$200,00 em camisas com proteção solar.

Procurei por roupas com proteção solar e descobri algumas marcas que fabricam peças com tecidos que tem alto fps , como a Sun Cover (www.suncover.com.br) que promete bloquear 98% ou mais dos raios UVA e UVB e tem tecido que facilita a transpiração e mantém a temperatura do corpo sem elevação. Visitei o site da marca para conferir os preços das peças, são altíssimos! Um chapéu básico custa R$ 110,00 e uma regatinha branca feminina também suuper básica custa R$115,00!!!


Há uma ONG no Mato Grosso do Sul e um na Bahia que dão assistência aos albinos, apenas!

Visitando um site que eu gosto muito, o Hypeness : www.hypeness.com.br, vi uma série de fotos de um fotógrafo  chamado Alexandre Severo. Ele registrou alguns momentos de três crianças albinas, duas meninas e um menino, filhas de uma mulher negra, mãe de outras duas crianças que não são albinas. As fotos são emocionantes! Essa família é pobre e mora em uma favela na cidade de Olinda, em Pernambuco. A mãe diz que o sonho deles é o PhotoDerm 100, protetor solar que custa R$96,00 e dura apenas três semanas. Em uma das fotos, o menino foi retratado correndo na rua em um dia ensolarado, com um sorriso enorme no rosto, querendo ser criança, sem precisar fugir ou se esconder do sol. As fotos são lindas e no mesmo site tem outros posts sobre albinos, além de diversos outros temas interessantíssimos. Graças às fotos ( Alexandre Severo) e à matéria feita pelo jornalista João Valadares, que foram publicadas no Jornal do Commercio, em Pernambuco, essa família recebeu ajuda. Mas imaginem que deve haver muitas outras pessoas que também não tem condições de comprar filtro solar, óculos de grau  (por conta dos problemas de visão que aparecem por causa da falta de pigmentação nos olhos), óculos escuros com fps( para prevenção contra problemas de visão) e roupas com proteção solar  e  que também não recebem assistência alguma e, às vezes, ainda são vítimas de preconceito.
Família fotografada por Alexandre Severo